Por Démerson Dias
A questão é se o Brasil acaba antes do repertório de sandices, embustes e estupidez desse governo. Como o país não é infinito, creio que acabamos antes do que a capacidade deles de serem imbecis.
No entanto, a imbecilidade não conflita com as safadezas, ao contrário. É usada como diversionismo para desviar a atenção da destruição que estão implementando com velocidade igual à que destilam idiotices.
Apesar de ter oferecido álibi para o gatuno tumultuar uma prestação de contas que lhe parecia insuportável, e apesar também da expressão infeliz, a fala de Zeca Dirceu foi uma síntese bastante apropriada sobre como deve ser tratado esse governo.
É preciso sim, desmoralizar as canalhices, e expor de forma explícita a contradição entre discurso e prática, inclusive os discursos de campanha. Como é que a prioridade de quem dizia pretender melhorar a vida do povo é destruir o pouco que resta de seguridade social? O mesmo pulha que virou tigrão na sessão, pede aos congressistas que não reajustem o salário mínimo.
Tabata Amaral do PDT também encurralou o colombiano demissível Vélez. Por mais que a esquerda titubeie em relação à unidade, é preciso entendermos que esse governo já é o mais inapto da nossa história. E a burguesia que o sustenta está apenas desconfortável pela sua incapacidade de fazer o butim sem causar constrangimentos. Sabemos que isso só se sustenta enquanto a burguesia não construir alternativa competente. Ainda assim, isso pode vir tarde demais.
Lamento pelos que ainda creem em uma república nesse país. Democrática, talvez nunca tenha sido, mas não é possível esperar que o Brasil sobreviva institucionalmente à empulhação que administra negociatas para nos levar, direto e sem subterfúgios, ao abismo.
O “Brasil acima de tudo” vai lamber o saco do Trump e confraternizar com o exterminador de palestinos. Somados, EUA e Israel são os patrocinadores das maiores e piores chacinas da atualidade. Sendo que os EUA são o único país do mundo a lançar bombas atômicas contra população humana. E o Brasil da tosquice de seus atuais governantes quer se enturmar com essa gangue. Parece até que é bonito e engraçado matar gente!
Acho que devemos acreditar, de uma vez por todas que eles, acima de tudo, não são paspalhos. Ao contrário, estão falando sério e, na surdina e com cara de idiotas aloprados querem realmente moldar o país ao seu modelo pervertido de realidade. Bem entendido, os piores salafrários prendem os demais para eliminar a concorrência. Os piores devassos dos pintos sagrados que abençoam suas fiéis com a porra santa, querem instituir um monopólio da devassidão, para isso acusam todos os detentores de desvios menores. Mas não é só isso.
Para esses devassos, o nazismo é mesmo de esquerda porque, se tivessem inteligência e meios fariam pior que Hitler (se calhar, a nossa incredulidade passiva, vai garantir que levem adiante suas intenções sem a resistência devida). Quem sabe o Brasil é que precisa de ajuda humanitária contra um surto pandêmico e altamente contagioso de demência coletiva. Até os parceiros chilenos colocaram constrangidamente um pé atrás com os elogios esfuziantes do déspota assassino Pinochet. E não, não é ilusão, o mundo inteiro sabe que Pinochet é um péssimo exemplo para a humanidade. Foi condenado fora de seu país e com a anuência de todo o mundo.
Voltando ao nazismo de esquerda, é importante lembrar que Hitler chegou onde chegou começando com um discurso de boas intenções e alavancando vertiginosamente a economia, sobretudo para se tornar uma potência bélica. Acabou produzindo o holocausto, que só foi derrotado porque comunistas e capitalistas se convenceram que era preciso conter aquele extremismo de direita.
Ao contrário de Hitler, os coisos já começam segregando, ameaçando, e seus devotos, torturaram, mataram e “tocaram terror” desde antes da eleição. Isso, sem mencionar o principal consórcio privado governamental, as milícias, que instalam a barbárie no Rio sob a égide da democracia machista, censitária e branca.
Se Hitler chegou ao holocausto, até onde irá esse desatino de governo?
Cabe à militância social, ao campo progressista e democrático conter a vassalagem desmedida, do contrário acabaremos todos atolados no lodaçal. Para o capitalismo predatório não importa que exista um país por aqui. Ao contrário, se pudessem construíram escolas para formar estúpidos como o entulho presidencial. E não nos enganemos que é isso que sua plataforma educacional tentará impor ao país. A desconstrução civilizatória que nega a terra redonda, as vacinas profiláticas, e educação como plataforma de construção de conhecimento e cidadania.
Sobre isso, aliás, como um país que ainda não rompeu com o analfabetismo funcional vai implementar o ensino em casa? Aonde leva essa proposta no caso concreto?
A mídia não tem tratado com a devida seriedade uma disposição da bancada da teologia da prosperidade. Segundo eles, o Brasil deve levar a embaixada para Jerusalém para contribuir com a chegada do Armagedom bíblico. E eles não escondem essa intenção. Concretamente pretendem provocar “fim do mundo” e estão falando sério.
Podemos fazer troça e dizer que, como deus é brasileiro, é bem capaz que consigam. Felizmente seu livro sagrado não diz que basta o Brasil levar sua embaixada para que se rompam os selos do apocalipse. Mas isso não muda o fato de que essa é a determinada intenção deles. Jim Jones era um mísero coitado.
Quanto falta para proclamarem formalmente o extermínio dos diferentes? Seus soldados não estão esperando a convocatória. É sintomático o alinhamento ideológico em praticamente todas as atrocidades que o país está vivendo, inclusive os massacres recentes e a preferência absoluta dentre os recentes feminicidas.
Esse é o tipo de “tolice” doida demais para não ser levada a sério, mas que pode efetivamente ser implementada sob nosso riso apreensivo, mas republicanamente condescendente. Não reconheço no mundo expressão mais evidente da barbárie. Concorre em pé de igualdade com o capitalismo financeiro. E ambos têm como perspectiva a destruição da humanidade como a conhecemos.
Nunca na história o Brasil chamou a atenção da resistência militar islâmica. Agora o Hamas não apenas sabe que o Brasil possui entusiastas partidários da política de Israel, como conhece a biografia presidencial. A partir de quando será prudente desocupar as “torres gêmeas” do Congresso Nacional?
É preciso um grau de tolice exorbitante para se aliar aos piores facínoras do mundo e pintar um enorme alvo sobre o país e fazer isso experimentando um ufanismo suicida. Se o Brasil entrar na lista de alvos da guerra terrorista, o fundamentalismo irá recrudescer em níveis assombrosos.
Temos um governo duplamente escatológico (fim do mundo e excrementos). Estamos fora do espaço da política formal. O conluio governamental é ponta de lança de uma guerra redentorista que se consideram os santos vingadores dos últimos dias.
De outro lado, campo democrático e progressista está excessivamente descuidado com os inúmeros e gritantes alertas.
Como sugeriam W. B. Yeats e B. Russell o paradoxo da atualidade é termos tantos idiotas e fanáticos arrogantes e cheios de certezas e tantos sensatos e sábios cheios de dúvidas. Pode ser que esse descuido custe muito mais em futuro e vidas do que a última ditadura explícita do país. A realidade na sede do bolsonarismo indica que este é um governo para quem todas as balas perdidas ceifando vidas são justificáveis. Espero que não notemos isso da forma mais cruel e tola.
Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho certeza absoluta.
Albert Einstein
A questão é se o Brasil acaba antes do repertório de sandices, embustes e estupidez desse governo. Como o país não é infinito, creio que acabamos antes do que a capacidade deles de serem imbecis.
No entanto, a imbecilidade não conflita com as safadezas, ao contrário. É usada como diversionismo para desviar a atenção da destruição que estão implementando com velocidade igual à que destilam idiotices.
Apesar de ter oferecido álibi para o gatuno tumultuar uma prestação de contas que lhe parecia insuportável, e apesar também da expressão infeliz, a fala de Zeca Dirceu foi uma síntese bastante apropriada sobre como deve ser tratado esse governo.
É preciso sim, desmoralizar as canalhices, e expor de forma explícita a contradição entre discurso e prática, inclusive os discursos de campanha. Como é que a prioridade de quem dizia pretender melhorar a vida do povo é destruir o pouco que resta de seguridade social? O mesmo pulha que virou tigrão na sessão, pede aos congressistas que não reajustem o salário mínimo.
Tabata Amaral do PDT também encurralou o colombiano demissível Vélez. Por mais que a esquerda titubeie em relação à unidade, é preciso entendermos que esse governo já é o mais inapto da nossa história. E a burguesia que o sustenta está apenas desconfortável pela sua incapacidade de fazer o butim sem causar constrangimentos. Sabemos que isso só se sustenta enquanto a burguesia não construir alternativa competente. Ainda assim, isso pode vir tarde demais.
Lamento pelos que ainda creem em uma república nesse país. Democrática, talvez nunca tenha sido, mas não é possível esperar que o Brasil sobreviva institucionalmente à empulhação que administra negociatas para nos levar, direto e sem subterfúgios, ao abismo.
O “Brasil acima de tudo” vai lamber o saco do Trump e confraternizar com o exterminador de palestinos. Somados, EUA e Israel são os patrocinadores das maiores e piores chacinas da atualidade. Sendo que os EUA são o único país do mundo a lançar bombas atômicas contra população humana. E o Brasil da tosquice de seus atuais governantes quer se enturmar com essa gangue. Parece até que é bonito e engraçado matar gente!
Acho que devemos acreditar, de uma vez por todas que eles, acima de tudo, não são paspalhos. Ao contrário, estão falando sério e, na surdina e com cara de idiotas aloprados querem realmente moldar o país ao seu modelo pervertido de realidade. Bem entendido, os piores salafrários prendem os demais para eliminar a concorrência. Os piores devassos dos pintos sagrados que abençoam suas fiéis com a porra santa, querem instituir um monopólio da devassidão, para isso acusam todos os detentores de desvios menores. Mas não é só isso.
Para esses devassos, o nazismo é mesmo de esquerda porque, se tivessem inteligência e meios fariam pior que Hitler (se calhar, a nossa incredulidade passiva, vai garantir que levem adiante suas intenções sem a resistência devida). Quem sabe o Brasil é que precisa de ajuda humanitária contra um surto pandêmico e altamente contagioso de demência coletiva. Até os parceiros chilenos colocaram constrangidamente um pé atrás com os elogios esfuziantes do déspota assassino Pinochet. E não, não é ilusão, o mundo inteiro sabe que Pinochet é um péssimo exemplo para a humanidade. Foi condenado fora de seu país e com a anuência de todo o mundo.
Voltando ao nazismo de esquerda, é importante lembrar que Hitler chegou onde chegou começando com um discurso de boas intenções e alavancando vertiginosamente a economia, sobretudo para se tornar uma potência bélica. Acabou produzindo o holocausto, que só foi derrotado porque comunistas e capitalistas se convenceram que era preciso conter aquele extremismo de direita.
Ao contrário de Hitler, os coisos já começam segregando, ameaçando, e seus devotos, torturaram, mataram e “tocaram terror” desde antes da eleição. Isso, sem mencionar o principal consórcio privado governamental, as milícias, que instalam a barbárie no Rio sob a égide da democracia machista, censitária e branca.
Se Hitler chegou ao holocausto, até onde irá esse desatino de governo?
Cabe à militância social, ao campo progressista e democrático conter a vassalagem desmedida, do contrário acabaremos todos atolados no lodaçal. Para o capitalismo predatório não importa que exista um país por aqui. Ao contrário, se pudessem construíram escolas para formar estúpidos como o entulho presidencial. E não nos enganemos que é isso que sua plataforma educacional tentará impor ao país. A desconstrução civilizatória que nega a terra redonda, as vacinas profiláticas, e educação como plataforma de construção de conhecimento e cidadania.
Sobre isso, aliás, como um país que ainda não rompeu com o analfabetismo funcional vai implementar o ensino em casa? Aonde leva essa proposta no caso concreto?
A mídia não tem tratado com a devida seriedade uma disposição da bancada da teologia da prosperidade. Segundo eles, o Brasil deve levar a embaixada para Jerusalém para contribuir com a chegada do Armagedom bíblico. E eles não escondem essa intenção. Concretamente pretendem provocar “fim do mundo” e estão falando sério.
Podemos fazer troça e dizer que, como deus é brasileiro, é bem capaz que consigam. Felizmente seu livro sagrado não diz que basta o Brasil levar sua embaixada para que se rompam os selos do apocalipse. Mas isso não muda o fato de que essa é a determinada intenção deles. Jim Jones era um mísero coitado.
Quanto falta para proclamarem formalmente o extermínio dos diferentes? Seus soldados não estão esperando a convocatória. É sintomático o alinhamento ideológico em praticamente todas as atrocidades que o país está vivendo, inclusive os massacres recentes e a preferência absoluta dentre os recentes feminicidas.
Esse é o tipo de “tolice” doida demais para não ser levada a sério, mas que pode efetivamente ser implementada sob nosso riso apreensivo, mas republicanamente condescendente. Não reconheço no mundo expressão mais evidente da barbárie. Concorre em pé de igualdade com o capitalismo financeiro. E ambos têm como perspectiva a destruição da humanidade como a conhecemos.
Nunca na história o Brasil chamou a atenção da resistência militar islâmica. Agora o Hamas não apenas sabe que o Brasil possui entusiastas partidários da política de Israel, como conhece a biografia presidencial. A partir de quando será prudente desocupar as “torres gêmeas” do Congresso Nacional?
É preciso um grau de tolice exorbitante para se aliar aos piores facínoras do mundo e pintar um enorme alvo sobre o país e fazer isso experimentando um ufanismo suicida. Se o Brasil entrar na lista de alvos da guerra terrorista, o fundamentalismo irá recrudescer em níveis assombrosos.
Temos um governo duplamente escatológico (fim do mundo e excrementos). Estamos fora do espaço da política formal. O conluio governamental é ponta de lança de uma guerra redentorista que se consideram os santos vingadores dos últimos dias.
De outro lado, campo democrático e progressista está excessivamente descuidado com os inúmeros e gritantes alertas.
Como sugeriam W. B. Yeats e B. Russell o paradoxo da atualidade é termos tantos idiotas e fanáticos arrogantes e cheios de certezas e tantos sensatos e sábios cheios de dúvidas. Pode ser que esse descuido custe muito mais em futuro e vidas do que a última ditadura explícita do país. A realidade na sede do bolsonarismo indica que este é um governo para quem todas as balas perdidas ceifando vidas são justificáveis. Espero que não notemos isso da forma mais cruel e tola.
Amigão Ddias, boa tarde!
ResponderExcluirSaí do Zapzap, mas continuo acompanhando os acontecimentos. Pardon por esse não ser (ainda) um comentário do seu artigo (com título genial).
Queria apenas mencionar e perguntar se você viu a entrevista do Bial de ontem, 16, com o fotógrafo Nilton Claudino. Irmao do Tim Lopes, ele foi torturado pela milícia e, segundo ele, milagrosamente deixado vivo por intervenção divina, em 2008.
Parece-me um material primoroso, que merece ser explorado.
Destroça a relação governo-milícias melhor que qualquer análise.
Estou pensando em exibí-lo em público (na UFPI).
Na verdade isso é mais do mesmo. Mas não podemos naturalizar o estado de coisas que vivemos.
No mais, saudações fraternas!
Vicente Gomes