Festa dos loucos.
“o Velho”,(1525 — 1569).
A de cima é um arremedo nosso mesmo.
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A mídia que cobra apuração da corrupção é tão corrupta quanto
os piores dentre os demais envolvidos. Vladimir Safatle acertou em
cheio quando comparou a situação atual do país ao filme M, o
Vampiro de Dusseldorf, de Fritz Lang. No entanto, convém incluir a
mídia no enredo. O tucanato sozinho, é muito pouco capaz de incidir
no cenário do país. São zumbis mantidos em animação pela mídia
que carece de fanfarrões ao estilo de seus próceres venerados,
aqueles “analistas” capazes de mentir de maneira mais senhorial,
raivosa e deslavada e que também só sobrevivem porque essa mídia
precisa de urubus venais. Vale lembrar que praticamente todo o campo
reacionário do país apostou em Aécio.
Surgiu ultimamente um ex-roqueiro que transmigrou a alma para um
subjornalista protofilósofo, mas sua acentuada vaidade não admite
ser títere para uma platéia de tolos reacionários. Suas intenções
destina-se a altos talões, como ficou comprovado na prática.
Resta para a mídia um único prócer ligado aos gorilas de farda,
mas é um pateta arrisco que pode, com a mesma verve que ataca
qualquer lampejo progressista, demolir os escombros sobre os quais a
mídia se equilibra.
Essa introdução condiz com o universo em que habita a mídia.
No que sobrou de um país de existência em paralelo, e que tenta
sobrevier a um governo cada vez mais surpreendente subalterno ao caos
político, parecem despontar o Procurador Geral da República,
Rodrigo Janot e o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori
Zavascki. Homens de estirpe distintas, mas aparentemente com um
esteio comum. Avessos à espetacularização da corte jurídica.
Pessoalmente eu não os destacaria como personagens, mas a história
recente do país me obriga a reafirmar como “nobre” a atitude
daqueles que levam mais a sério suas tarefas do que a bajulação
proverbial dos alcoviteiros de plantão.
Um inominável ex-ministro instalou na corte suprema um grau tão
espantoso de ficção sensacionalista que alguns anos serão
necessários para que o STF restaure em si alguma dignidade
republicana. Por enquanto o profissional judicante em maior destaque
no país sobrevive dos despojos verborrágicos deixados pelo
ex-presidente do STF.
Entendo o apelo passional da sociedade sobre as demandas judiciais.
Fazem parte do contexto democrático republicano. Porém o que
vivemos no país é uma metástase sensacionalista que pode condenar
nossa incipiente democracia a uma escalada tirânica que não
servirá, nem mesmo, aos seus incautos patrocinadores.
A instabilidade institucional não elege a priori os oportunistas que
a tomarão de assalto. Caso esse rumo não seja revertido, serão
surpreendidos tanto os raivosos, quanto os desavisados.
Parece que caberá a Janot e Zasvascki restaurar um necessário
anticlimax institucional, não como desdém aos justos apelos da
sociedade, mas porque o destempero a que a mídia compele o país,
além de levantar poeira sobre suas próprias falcatruas, lança toda
a sociedade a um desterro democrático perigoso. E não me refiro a
mais uma das quarteladas recorrentes na história do país.
Assistimos, um tanto quanto abestalhados, o desenvolvimento de um
fundamentalismo de vertente torpe e anti-humana. Recém, lançaram de
maneira espetacular seus “gladiadores”. Imagine-se inaugurarem no
país uma sucursal do Estado Islâmicos que possui direção de
fotografia e arte para suas carnificinas? Em vez de pão e circo,
apenas sangue e lágrimas. Isso somado às inúmeras causas
reacionárias são receita latente para um obscurantismo inusitado em
nossa história.
São várias as armadilhas pseudodemocráticas que o país precisará
desarmar para retornar ao rumo da democracia e, pelo menos, de um
Estado Democrático de Direito. Aos camaradas socialistas, alerto que
esse rumo não acrescenta um milímetro às nossas causas. Deixar de
observar essa possibilidade pode levar o país a um estágio anterior
até, à última investida autoritária, de um tipo talvez inédito
em nossa história. E que nem a pior das conspirações foi capaz de
pleitear. O Brasil pode estar à voltas de um período em que a
terra é plana, o universo antropocêntrico, e titãs e ameças
habitam céus e mares.
Em tempo: Diante de interpelações que recebo enquanto escrevo esse
texto me ocorre que aparentemente uma parcela considerável das “pessoas politicamente esclarecidas” do país ainda não se deram
conta do que é, como se dá e quem participa dos financiamentos das
campanhas eleitorais desde que voltaram a ocorrer no país. É
realmente surpreendente o “surto de lucidez” que estamos
presenciando.
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Xi, francisquinho, deitaram a língua na jabuticaba!