terça-feira, 2 de novembro de 2010

Entre segredos e jabuticabas 3

Uma amiga muito querida enviou-me “o tempo e as jabuticabas”. De fato se parece com uma colagem de frases que tenho dito nestes últimos anos. Surpreendeu-me, pois alinhadas deixam transparecer algum cansaço. Falta dizer que sendo impossível deixar de percorrer esses espaços de perdimento em que pessoas confrontam suas futilidades, às vezes é possível descobrir algo entre os anônimos, entre os não saberes.
De certa forma não me desencantam as dúvidas, sempre sobrevivem perguntas belas e desavisadas quando buscamos descontar o lugar comum à nossa volta.
Ainda assim, é mais saudável buscar os espaços em que o inédito se desdobra continuamente e sempre teremos uma surpresa num brilho de luz que acidentalmente cruza nossa linha de visão. Pessoas que não se desencantaram da vida, portanto, trazem firmes seus encantos em suas formas e o desafio no olhar.
Sempre me agradou nas jabuticabas quando as rompemos, estourando sua casca entre os dentes. De dentro o sumo doce que recobre as sementes. Lembrança da infância, jabuticabas me soam como frações de alegria.

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Xi, francisquinho, deitaram a língua na jabuticaba!